terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Feliz 2014!

Não poderia, como é óbvio, deixar 2013 sem passar por aqui para vos desejar um Feliz 2014.

Este ano, ao contrário do habitual, passei as festas a estudar muito. Embora tenha sido diferente dos demais anos, não pela parte do estudo, mas pelo volume do mesmo, esta é sempre uma época de que gosto muito, e que aproveito para matar saudades daqueles que me são mais próximos.

A todos vocês aí desse lado, obrigada pelos milhares (!) de visualizações dos últimos tempos, embora eu saiba que o meu tempo para aqui vir é limitado, mas espero que nem por isso deixem de passar por aqui para se divertirem com as piadas que vou escrevendo.

Um Feliz 2014, e que o novo ano vos traga tudo aquilo que 2013 não vos deu.

Quanto a mim, espero que o novo ano seja sinónimo de mudança. 2012 e 2013 foram anos conturbados (mas sempre com boas lições!), e que espero que 2014 venha, definitivamente, pôr os pontos nos is.

Até para o ano.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Sabes que andas a estudar demais quando... #2

1) Te oferecem bilhetes para o FCP-Olhanense e tu pensas e dizes a toda a gente que vais ver o Rio Ave, que foi na semana anterior;

2) Estás no Dragão a ver o jogo, alguém grita "Epá que remate frouxo!", e a primeira coisa que te passa pela cabeça é tecido conjuntivo frouxo.

E é isto a minha vida.

sábado, 14 de dezembro de 2013

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Impossibilidades

Só queria poder estar aqui.

Em vez disso estou na cama, a deprimir e choramingar, e a treinar a apresentação que me impossibilita de estar onde devia estar hoje.

Será possível odiar cada vez mais este sítio???

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Tive zero na Oral

Uma vergonha, um ultraje, um crime, uma calamidade. Uma facada no ego.

A parte boa é que aquilo vale praticamente zero, e, embora não me faça sentir melhor, mais de metade  do ano foi corrido a zeros.

O objectivo da oral era indicar meia dúzia de estruturas básicas perante o professor mais intimidante e horripilante que esta faculdade já teve o desprazer de contratar.

Assim, vai a minha pessoa descansadinha da vida para o laboratório de Anatomia, e o professor diz, na voz típica de quem está enjoado de ver corações a manhã toda, para começar a ler o cartão e a despachar as estruturas, que isto de avaliar miúdos com a mania que são talhantes a manhã toda é uma chatice.

Aponta a primeira estrutura bem, aponta a segunda e a terceira, aponta ainda a quarta, e chega ao Ventrículo Direito. Aqui a burra faz asneira à primeira e aponta ligeiramente mais à esquerda do que deve.

"Tem a certeza?" - Diz ele a olhar de lado para mim.

Recomponho-me, começo a tremer que nem varas verdes, engulo em seco, e vamos lá recomeçar.

"É nesta zona" - E aponto, desta feita, correctamente.

Sorriso amarelo, rejubilo na cara do homem. 

"Desculpe lá, mas você continua aí a apanhar um pouco do septo. Tem zero. Pode ir embora. Bom fim-de-semana e boa sorte para o exame" - Sorriso ainda mais amarelo.

Fiquei com cara de estúpida, branca que nem cal, e com o coração a escorregar nas mãos, a olhar para ele. Ainda tentei refutar, mas o homem fez de conta que eu nem existia e disse, naquele tom anasalado de quem tenta evitar o cheiro a putrefaccção: "PRÓXIMO". Aquilo mais parecia uma caixa registadora.

Ponto número 1: Detesto que me tratem por você. Não é preciso esfregarem na minha cara que já tenho 21 anos e que caminho para a terceira idade. Eu tenho bem noção das coisas.

Ponto número 2: Declaro aberta, a partir deste momento, guerra com o senhor "não me toques que me desafinas". A minha guerra prende-se por fazer a melhor apresentação de trabalho que ele já teve e oportunidade de assistir na próxima sexta-feira e por seguir a especialidade de Cardiologia . Tudo bem, já estou a exagerar, mas adorava ter o prazer de chegar à beira dele daqui a 10 anos e esfregar-lhe na cara um "Tome lá, deu-me zero no segundo ano de Medicina, e agora olhe lá para mim toda importante nesta especialidade."

Espera por mim, Cavaco, tu espera...

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Domingos em família

Ai! A vontade de escrever é tanta, e há tanto para vos contar, mas o tempo é tão pouco...

Falo-vos agora dos meus últimos fins-de-semana: como já sabeis, são passados a estudar, e quando não tenho que estudar, o que é raro, aproveito para descontrair e dividir o meu tempo entre aqueles que, gentil e amavelmente, solicitam a minha companhia.

Porém, este último fim-de-semana terá sido o fim-de-semana mais estranho dos últimos tempos. Passei-o à volta de corações de porco. Sim, leram bem.

Não sei se já aqui vos disse (provavelmente não porque faz mais de um mês que aqui não vinha), mas entretanto arrumei com Imunologia, Aleluia!, e iniciei-me no mundo da Cardiologia e do Sistema Respiratório, mundo esse muito mais lindo e maravilhoso que muito me apraz. Toda a minha felicidade é, contudo, destruída, quando me lembro que ainda vou ter que estudar tudo de Imunologia para o belo do exame no dia 6 de Janeiro. Adeus querido Natal, foi bom conhecer-te...

Mas bem, dizia eu (e desculpem se me vou perdendo, que as novidades são tantas e nem sei por onde começar) que, de momento, estou a estudar a Sistema Cardio-Respiratório. E como seria de esperar, qualquer estudo que envolva Anatomia que se preze, não pode deixar de ter aulas práticas onde pomos a mão na massa. Quero com isto dizer mexer em corações, abri-los, estraçalhá-los todos (nem sei se esta palavra existe) com bisturis e tesouras de poda e, como não poderia deixar de ser, sentir o cheirinho a talho que dele emana. Mais ainda, Anatomia que se preze tem exame oral acerca do coração.

Por isso, este fim-de-semana, pedi à melhor mãe do mundo, a minha, que me fosse ao talho comprar um coração para eu estudar e fazer umas experiências lá em casa. Mas este coração teria que cumprir os requisitos anatómicos mínimos para ser alvo de estudo. Por isso foi ver a minha mãe a pedir ao senhor talhante que lhe arranjasse um coração de jeito, não destruído, vindo de um porco com saúde.

O diálogo que se seguiu em casa com o meu pai foi mais ou menos assim:

Pai: Compraste um coração? Vais comer isso?
Eu: Não, vou estudar.
Pai: Ah... Mas isso não é humano pois não??? (Medo a apoderar-se visivelmente dele)
Eu: Não, é de porco.
Pai: (com ar confuso) Está bem...

Entretanto lá calcei as luvas e comecei a montar o estaminé em cima da mesa da cozinha: coração numa bacia aqui, um prato acolá, panos, facas e afins.

Pai: Tu não vais fazer isso aqui na mesa da cozinha pois não?! Nós comemos aqui!
Eu: Há quem aprecie comer coração... Queres que vá para a casa de banho ou para o teu quarto?
Pai: (após momento de silêncio e com cara de enjoado) Chamem-me quando a cozinha estiver livre, nem quero pôr mais os pés aqui.

Entretanto, e durante esta cena toda, a minha mãe estava na outra ponta da cozinha, alegremente a passar a ferro, como se fosse a coisa mais normal do mundo ter uma filha a dar uma de cientista louca enquanto enfia o nariz dentro de um coração na cozinha.

Adoro os Domingos em família.