quarta-feira, 9 de abril de 2014

Como se chama o doente?

Três exames (dois, na verdade, mas depois explico melhor), 7 avaliações práticas, estágios, relatório de estágio e muito stress depois, estou de volta para preencher os vossos dias com relatos alegres da minha vida estudantil, como vocês tanto gostam.

Para celebrar o meu regresso, hoje vou contar-vos o que se passou numa das minhas avaliações práticas e que, para mim, foi, seguramente, uma das situações mais cómicas de sempre.

Pois bem, iniciemos a narrativa.

Numa semana de calor tórrido aqui na Covilhã tivemos as nossas avaliações práticas, uma data delas, cada uma mais assustadora que a outra, com protocolos extensos num medicalês que nós ainda não conhecemos a 100%, mas para lá caminhamos.

Foi-nos informado que iríamos realizar a avaliação em "manequins de simulação", vulgo bonecos, em consultórios individuais com a presença de um professor que ia prestando atenção ao nosso trabalho e colocando vistos na folha de avaliação. Entre outras coisas, tínhamos que usar o estetoscópio, ouvir isto e aquilo, palpar aqui e acolá, etc.

A minha pessoa entra no gabinete e vê meio boneco, apenas um tronco, sem braços, e com uns fios que simulavam o bater do coração. Iniciei a avaliação como mandava o protocolo, recordando todos os passos na minha cabeça, tentando não me esquecer de nada. Entretanto, o professor ia colocando vistos aqui e acolá, até que decidiu escrevinhar qualquer coisa no computador. Pensei imediatamente que já tinha feito asneira. Revi novamente o protocolo na cabeça, tentei acalmar-me e assegurar-me a mim mesma que não me tinha esquecido de nenhum passo e, quando a avaliação terminou, perguntei com grande lata ao professor se me tinha esquecido de alguma coisa e se tinha feito tudo bem. Ele assegurou-me que sim, com um sorriso muito simpático e um "Continuação de bom dia" muito caloroso.

Cheguei a casa nesse dia sempre a matutar no porquê de ele ter começado a escrever, coisa que não fez a mais nenhum dos meus colegas, e sofri mini ataques cardíacos e de pânico enquanto inventava novos passos no protocolo que me pudesse, eventualmente, ter esquecido.

Os dias que se seguiram foram um tormento. A incerteza de saber se tinha 100 ou não (porque é uma vergonha não ter 100 nestas avaliações) foram-me consumindo e inquietando.

Entretanto saíram as notas das avaliações. Alguém me avisou e eu voei para o computador mais próximo para saber.

Num dos protocolos vejo lá: 98.

Entro na descrição da avaliação e deparo-me com uma mensagem em letras garrafais: "COMO SE CHAMA O DOENTE???"

Mas alguém se ia lembrar de perguntar o nome a um boneco???

8 comentários:

  1. looool

    Ah pois é minha cara. Mesmo os bonecos a fingir têm nome.
    Nunca tiveste um peluche quando eras pequena? :P

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    1. Acredites ou não nunca dei nomes aos meus bonecos! Certamente não fui uma criança normal.

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  2. Com nome para o boneco ou não, ainda bem que Voltaste. Tinha saudades tuas.

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    1. Que maravilha voltar e ler comentários assim! Obrigada :)

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  3. Tenho a certeza que se o boneco falasse te ias lembrar de perguntar o nome ;) beijinhos

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    1. Correcto! Quem se lembraria de perguntar o nome a um pedaço de plástico sem braços e oco?? Alguém que me perceba :p

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  4. Era logo inventar uma desculpa do género "o boneco vinha muito, muito doente" que nem me lembrei de lhe perguntar o nome, tal era a aflição do boneco :)
    Beijinhos

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    1. Boa dica! Vou ver se não me esqueço disso para a próxima :)

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