sexta-feira, 1 de março de 2013

O Secundário

SPOILER - Hoje temos um post sentimental.

Hoje voltei à minha antiga Escola Secundária, aquele onde passei, garanto-vos, os melhores anos da minha vida. Ao contrário das pessoas normais, posso dizer que, para já, gostei mais dos meus tempos de estudante do Secundário do que dos de Faculdade. Não sei se é porque a vida era fácil, se por estar em casa, se por ter lá feito os meus melhores amigos, ou se foi porque lá conheci a minha pessoa, com quem ainda hoje estou.

Hoje voltei, como já disse então, à minha Escola. Mas aquela já não era a minha Escola.

Foi anunciado, quando estava no 12º ano (o que aconteceu no lectivo 09/10) que a minha escola ia ser toda remodelada. Estava velhinha e um bocadinho degradada o que, na minha opinião, não era nada que não se pudesse resolver sem uns restauros. O projecto inicial era aumentar um andar em cada pavilhão. Até aí, tudo bem. Imaginei logo a minha escola toda imponente, cada bloco com 3 andares! Mas foi tudo por água abaixo. O segundo projecto seria manter o polivalente (a principal sala dos alunos) e demolir os blocos de aulas propriamente ditos para fazer um mega bloco, com tudo renovado. Embora tenha sentido uma ligeira facada no coração, pensei "bem, pelo menos o polivalente continua de pé". Pois, mas nada disto aconteceu. No ano seguinte à minha saída de lá, o projecto já era fazer uma nova escola do zero. O objectivo era fazer uma escola moderna, toda equipada e com todos os recursos necessários. A mim pareceu-me que eles queriam era fazer uma máquina de alunos, mas tuuudo bem. A demolição foi indo aos poucos, e nos primeiros tempos, quando lá voltei, ainda havia pedaços da escola onde andei, o que sempre me fez relembrar os bons momentos lá passados sempre que lá ia.

No entanto, quando lá fui hoje, senti-me perfeitamente defraudada e excluída daquela que foi, em tempos e para mim, a melhor escola de sempre. Vejam só que hoje fui lá para ir tratar de umas papeladas e a única coisa que reconheci foram alguns funcionários professores. Nada resta da minha antiga escola. Aconteceram, obviamente e como não podia deixar de ser, situações caricatas

Em primeiro lugar, não dei logo com a entrada do sítio. Resolveram colocar uma data de grades de ferros, super imponentes, pretas e soturnas, obviamente sem estilo nenhum, que nos confundem logo à partida. Andei então lá as voltinhas para descobrir qual das grades era, na realidade, uma porta. Primeiro objectivo conseguido.

Posto isto, avizinhava-se a segunda missão: descobrir a secretaria. Não havia ninguém à vista, aquilo mais parecia um deserto (de cimento porque as árvores que lá havia foram-se todas à vida - Chamem os Verdes!! Vergonha!!! Uuuuuuh!). Lá vislumbrei dois catraios, quase com idade para serem meus filhos (nem tanto mas pronto), e perguntei-lhes onde era a secretaria. Lá me indicaram o sítio.

Entrei e aquilo mais parecia um hotel de 5 estrelas. Verdade. Senti-me logo intimidada por todas as mensagens de boas-vindas, placas pomposas a anunciar que o ministro não sei das quantas esteve lá, o cheirinho a tinta e a verniz. Em seguida, dirigi-me à recepção para fazer o check-in, que é como quem diz perguntar onde e a quem me dirigir.

Tratadas todas as papeladas, resolvi dar uma volta para ver como estava tudo. Tristemente, nada me pareceu familiar. Não havia caras conhecidas, não encontrei nenhum professor e também ninguém se pareceu lembrar de mim. Nada mais me liga àquela escola. Aliás, aquela já não é mais a minha escola, porque o que resta dos tempos em que lá andei não é mais senão o nome. Isso entristeceu-me

Resolvi vir embora, com a certeza de que o tempo passa rápido e que não volta atrás.

O que era já foi, e o que foi não volta a ser.

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