Tenho um fim-de-semana livre de 15 em 15 dias (estou numa faculdade toda futurista que acha que não temos mais nada que fazer a não ser ter exames quinzenais), e portanto passo a semana a almejar o maravilhoso fim-de-semana. Faço 1001 planos: "ora bem, no sábado vou levantar-me às 8h da manhã. Vou dar uma corrida até à praia, ver as vistas e tomar um café na esplanada enquanto leio aquele livro que estou há 3 meses a tentar acabar. Depois vou almoçar a maravilhosa comida da minha mãe. De tarde vou ver um documentário/série/filme e à noite vou até ao shopping tomar um café com os meus amigos do coração." Os planos de Domingo não diferem muito, com a diferença que à noite vou, geralmente, de viagem.
Isto é tudo muito bonito, planear as horinhas todas ao pormenor e achar que se vai ter um fim-de-semana super produtivo. Mas a realidade é muito diferente e infinitamente mais triste.
O que acontece, geralmente, é muito diferente do planeado. Basicamente, os meus planos saem sempre furados. Em primeiro lugar, as manhãs são sempre desperdiçadas a dormir. Não que dormir seja um desperdício, pelo contrário, até é bem preciso, mas a verdade é que, com tão pouco tempo livre, deveria aproveitá-lo melhor em vez de passar a manhã (às vezes estende-se até ao início da tarde) a dormir. A tarde é outro grande problema. Normalmente, tenho sempre grandes planos de me actualizar socioculturalmente, mas em vez de me dedicar a ler ou a actualizar a minha cultura cinematográfica, ou seja, a fazer algo realmente útil para a minha formação, fico sentada no sofá, a ver o canal E! e os dilemas e grandes problemas de vida dos famosos. Às vezes também leio uma revista cor-de-rosa, que é de extrema importância saber as últimas fofocas nacionais e internacionais. O único plano que ainda vou mantendo é o da saída nocturna, pelas razões óbvias.
Chega o Domingo, e em vez de aproveitar o pouco tempo livre que tenho para tentar remediar o que (não) fiz no Sábado, geralmente fico a queixar-me do tempo que perdi e de quão mal o aproveitei. Quando dou conta está na hora de fazer as malas e voltar à rotina do costume.
E assim se desperdiça um fim-de-semana que poderia ter sido maravilhoso. E depois é por estas e por outras que estou presa no mesmo livro há três meses e ainda não o consegui acabar e porque este ano, pela primeira vez na vida, não consegui ver todos os filmes candidatos aos óscares antes da cerimónia. Mas perguntem-me lá o que se passa na vida das celebridades, ou quais os últimos divórcios escandalosos ou gravidezes inesperadas. Pois, isso que não é importante sei eu tudo. Santa ignorância. Nem pareço uma pessoa que gosta de se cultivar. Tenho que mudar de vida.
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